«Elogio da Sombra» é uma das principais obras de Tanizaki (1886–1965) e um dos mais fascinantes ensaios sobre as diferenças entre o Ocidente e o Oriente.
Para os ocidentais, o mais importante aliado da beleza foi sempre a luz, a ausência de sombras. Para a estética tradicional japonesa, do rosto das mulheres às salas dos templos, o essencial está na sombra e nos seus efeitos.
Neste ensaio de 1933, Tanizaki fala-nos da cor das lacas, dos actores de nô, das paredes dos corredores, dos beirais das casas, da luz que há na sombra, para nos prevenir contra tudo o que brilha.
Revela-nos o que sentia ao olhar o papel dos shôji, a visão de um universo ambíguo onde luz e sombra se confundem numa impressão de eternidade.