O livro reúne a produção ensaística da antropóloga Manuela Carneiro da Cunha em mais de 30 anos de trajetória. Com pesquisas realizadas na Amazônia e na África Ocidental e professora durante 15 anos nos Estados Unidos, a autora fez da “interface” cultural o fio condutor de sua antropologia. Em paralelo à sua produção acadêmica, Carneiro da Cunha atuou em debates políticos, atribuindo profundidade histórica à compreensão e defesa dos povos indígenas.
Seus estudos de teoria antropológica e antropologia histórica tratam da maneira como a “cultura” — com aspas, como ela mesma coloca –, para além do sentido tradicional de condição organizadora, também é reflexivamente constituída e engajada como uma categoria do encontro interétnico. Além disso, Manuela explora as situações de contraste e contato entre sociedades, tratando, entre outros temas, do movimento messiânico canela, direito indigenista, xamanismo, conhecimento tradicional, da etnicidade, catequese e da indigenização da cultura.
A obra conta também com textos escritos em coautoria com Eduardo Viveiros de Castro, Mauro W. B. de Almeida e orelha assinada por Marshall Sahlins.