Os textos apresentados nesta coletânea abordam a profissão docente cujo objetivo é o “trabalho sobre os outros”, aquelas atividades remuneradas e reconhecidas que se propõem a transformar o outro por meio de um conjunto de atividades que participa da socialização dos indivíduos e que afeta diretamente aqueles sobre os quais se realiza, influenciando assim suas condutas, sentimentos, valores e representações (Dubet, 2002). Portanto, não seria absurdo dizer que esses sujeitos são responsáveis pelo modo como esses outros se veem e se entendem, pois constroem suas identidades por um processo de escolarização que se estende ao longo da vida.
Um estado que se propõe a formar o docente, seja ele paulista ou sergipano, como veremos nesta coletânea, está formando o formador de identidades. Nesse sentido, todos os textos de modos distintos apontam para essa discussão, pois procuram compreender como os formadores estão sendo ou foram formados no e pelo estado. São unânimes em dizer que a formação do formador passa por aspectos teóricos e práticos, mas sobretudo humanos e são sujeitos que aprendem na formação e no exercício da profissão qual a melhor maneira de formar o outro.