Considerado uma espécie de gênese do que viria a ser um dos romances mais famosos de Virginia Woolf, a narrativa de “Mrs. Dalloway em Bond Street” é um daqueles textos que se sustentam com «uma existência separada e completa”, para usar uma expressão da própria autora.
Por trás da aparente banalidade de um passeio para comprar luvas, vamos encontrar em potência um extraordinário chamado à vida, numa Inglaterra do pós-guerra, exausta de chorar pelos seus mortos, que em muito se assemelha ao mundo no qual estamos mergulhados exatos cem anos depois.