Antonio Carlos Mazzeo

Assim como Maria Felipa, as mulheres que a acompanharam ou as pessoas que se apresentaram para combater os portugueses, mesmo não fazendo parte do Exército brasileiro, não tiveram seus nomes registrados nos documentos, relatórios ou correspondências oficiais. A prática, paternalista, patriarcal e aristocrática, restringia os louros pelos feitos heroicos aos homens de patentes e posses.

a documentação tradicionalmente consultada sobre o período da Guerra de Independência na Bahia acaba seguindo a lógica vigente de só registrar os nomes dos oficiais, das autoridades e dos grandes proprietários.

Koster notava que a ausência de estruturas regulares de expedição postal, tanto pelo interior do continente quanto pela costa litorânea, fazia dos Correios terrestres meros receptores de cartas transportadas por navios mercantes. A inconstância e o improviso dos serviços de entrega a domicílio geravam confusões de toda ordem:

Caio Prado Júnior sublinha que as estradas reais e caminhos eram, via de regra, precárias, sendo poucas as que apresentavam calçamento de pedra. Quanto aos caminhos fluviais, eram ainda menos cômodos que os terrestres (devido às numerosas cachoeiras ou regimes de intermitência),

A título de exemplo, na Inglaterra, o processo de monopolização da coroa sobre o transporte de correspondências iniciou-se no período anterior à Commonwealth (1649-1660), consolidando-se nas décadas subsequentes por meio de nova legislação monopolista[11].